o meu corpo é espelho para o meu corpo. há dois anos, durmo ao lado de um pedaço de espelho encontrado na rua. ele mede aproximadamente um metro por cinquenta centímetros, o que possibilita que encaixe perfeitamente entre minha cama e o guarda-roupa. olho para o meu reflexo todos os dias. meu quarto é um labirinto de espelhos, vivo constantemente acompanhado pela minha imagem. os espelhos que possuo – que constituem esta coleção – e que aqui são apresentados, foram resgatados das ruas da cidade de itajaí/sc. a exposição o todo é maior que a soma de suas partes propõe uma retrospectiva de alguns trabalhos produzidos entre 2018 e 2022, quais são contornados por séries fotográficas produzidas entre um diálogo da câmera com meu corpo e com estes conjuntos de espelhos. fragmentado entre as lâminas reflexivas, sou despedaçado e reconstruído constantemente. creio que quando se quebra um espelho, nunca se perde, sempre se ganham novas partes.